Por Giovanna Destri
Quem nunca sonhou em ver uma baleia de pertinho como nos cenários épicos de Avatar 2? Ou então, nadar com golfinhos, em uma experiência digna de contos de fada? Peço desculpas àquelas que detestam spoilers, mas sonho com encontros assim desde criança…
A ideia de observar animais marinhos em seu habitat natural é extremamente atrativa, você se desloca, navegando ou até uma área costeira, e tem a possibilidade de presenciar uma criatura do tamanho de um ônibus saltando diante dos seus olhos. Mas será que as coisas são tão simples e inofensivas quanto parecem?
O turismo de avistamento de cetáceos (baleias, golfinhos e botos) no Brasil teve início na década de 80, quando visitantes de Fernando de Noronha apreciavam os saltos acrobáticos de golfinhos-rotadores e viajantes que se reuniam para contemplar o boto-vermelho amazônico de perto. Contudo, somente em 1988 e 1996, foram estabelecidas diretrizes, visando conter práticas predatórias que geram estresse às espécies. Após 25 anos, estas normas são usadas até os dias de hoje.
O IBAMA determinou que uma distância mínima de 100 metros deve ser mantida entre as embarcações (com motores em ponto neutro) e qualquer espécie de baleia, enquanto o tempo de observação não deve ultrapassar 30 minutos. Caso você deseje mergulhar com baleias e golfinhos, é preciso respeitar a distância de no mínimo 50 metros, nada de pular na água quando vir um, ok? Além disso, quantidades máximas de embarcações e limites de velocidade são regulamentadas, dependendo da região.
Em 2008, o mar brasileiro foi oficialmente declarado Santuário de Baleias e Golfinhos e inúmeras cidades do país se beneficiam econômica e culturalmente da prática do turismo de observação de cetáceos. A Comissão Internacional da Baleia produziu um Manual, consolidando normas internacionais para a observação responsável desses animais que podem ser consultadas.
As normas e regularizações visam conter perseguições que podem provocar mudanças no comportamento das espécies que habitam ou frequentam a costa brasileira. A adoção de práticas exemplares no turismo de observação, não apenas preserva o bem-estar dos grandes mamíferos aquáticos (embora isso, por si só, já seja motivo suficiente) mas também assegura que tais atividades continuem a sustentar empregos e renda para comunidades das localidades onde estes avistamentos são possíveis.
Referências:
Sobre a autora:
Giovanna é bióloga, mestre em Oceanografia e instrutora de mergulho. Gi se dedica à vida marinha desde que se entende por gente. Integra e produz conteúdo para a Liga das Mulheres pelo Oceano.
Foto de capa: K B no Unsplash
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