Oceano e eleições
2022
O projeto "Oceano e Eleições" surgiu da necessidade urgente de investigar a questão do oceano nas propostas dos candidatos à presidência e ao governo dos estados brasileiros nas eleições de 2022. A pesquisa revelou que o tema Oceano é frequentemente negligenciado nas propostas políticas dos candidatos e candidatas aos cargos executivos. A análise incluiu os planos de governo dos quatro principais candidatos à presidência e 109 candidatos aos governos estaduais nas eleições de 2022.
Resultados
A pesquisa destacou que a inclusão de temas relacionados ao oceano nos planos de governo é insuficiente:
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Presidência: Apenas um dos quatro principais candidatos à presidência mencionou o oceano de forma abrangente, abordando a Lei do Mar, biodiversidade, conservação, pesca e Planejamento Espacial Marinho.
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Governos Estaduais:
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Centro-Oeste: 12,75% dos candidatos abordaram temas relacionados ao oceano.
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Norte: 18% dos candidatos mencionaram infraestrutura marítima, mudanças climáticas e produção de alimentos.
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Nordeste: 54% dos candidatos incluíram temas como turismo, economia azul, erosão costeira, pesca, poluição marinha, cultura oceânica e biodiversidade.
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Sudeste: 44% dos candidatos trataram de infraestrutura costeira e marítima, turismo, cultura oceânica e mudanças climáticas.
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Sul: 50% dos candidatos incluíram temas como infraestrutura portuária, economia azul, cultura oceânica e segurança hídrica.
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Além disso, observou-se uma baixa representatividade de mulheres entre os candidatos, com apenas 12% sendo mulheres.
Principais Recomendações
O manifesto do projeto "Oceano e Eleições" apresenta várias recomendações cruciais para integrar a questão do oceano nas políticas públicas:
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Aprovação da Lei do Mar (PL 6969/2013): Instituir a Política Nacional para Uso e Conservação do Bioma Marinho.
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Inclusão da Cultura Oceânica na Base Curricular: Incorporar a cultura oceânica na Base Nacional Comum Curricular em todas as instâncias (federal, estadual e municipal).
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Implementação de Ações Prioritárias do Plano Nacional: Priorizar ações listadas no Plano Nacional de Implementação da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável.
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Valorização da Ciência Oceânica: Estabelecer e manter condições dignas de trabalho para pesquisadores e estudantes de pós-graduação, com especial foco em cientistas mulheres.
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Ampliação da Participação Social: Expandir os espaços de participação social nas tomadas de decisão, envolvendo especialmente comunidades costeiras, mulheres pescadoras e pescadores tradicionais.
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Articulação Internacional: Retomar e fortalecer a articulação do Brasil em acordos internacionais, como o Acordo de Escazú e o Acordo Global para a Biodiversidade pós-2020.
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Criação e Fortalecimento de Unidades de Conservação: Implementar e fortalecer Unidades de Conservação costeiras e marinhas, destacando o papel das Reservas Extrativistas e áreas de uso sustentável.
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Desenvolvimento de uma Economia Azul Sustentável: Fomentar uma Economia Azul que concilie empreendimentos de diversas escalas com respeito às iniciativas locais e tradicionais.
Estas recomendações visam não apenas a proteção dos oceanos, mas também a promoção de uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável, onde a saúde do oceano é reconhecida como essencial para a saúde e bem-estar de todos.