top of page

Quando o Brasil respira COP30…

  • Foto do escritor: Colaboradoras da Liga
    Colaboradoras da Liga
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura

Por Jessi Alves


Estar em uma COP é uma daquelas experiências que a gente nunca esquece. Eu já vivi isso e posso dizer que é um espaço cheio de ideias, debates e compromissos importantes, mas também de desigualdades. Mesmo sendo um encontro para decidir o futuro do planeta, ainda é um lugar onde muitas vozes não chegam. Pessoas pretas, indígenas, quilombolas, ribeirinhas e periféricas, que estão na linha de frente dos impactos da crise climática, por exemplo, quase nunca têm espaço de fala.


E é justamente por isso que a nossa presença nesses espaços é tão importante. Não dá para falar sobre justiça climática sem falar de justiça social. E não dá para falar de justiça social sem incluir quem vive todos os dias os efeitos dessa crise. As mulheres negras, principalmente, estão na linha de frente dessa luta, cuidando do território, das pessoas e das soluções que muitas vezes passam despercebidas.


A COP30, que vai acontecer no Brasil, representa uma oportunidade enorme de mostrar para o mundo o que é fazer política climática com equidade e responsabilidade. O nosso país tem tudo para ser referência, a começar pela biodiversidade imensa, saberes tradicionais riquíssimos e um potencial enorme para uma transição energética justa. Mas para isso acontecer, a gente precisa colocar as comunidades tradicionais e as populações vulneráveis no centro das decisões.


Nos últimos meses, vimos notícias sobre o branqueamento dos corais, um sinal claro de que o planeta está pedindo socorro. Quando os corais perdem cor, é o oceano inteiro que adoece. E quando o oceano adoece, a vida toda sente. Isso mostra que a adaptação climática precisa ser tratada com urgência, de forma prática e eficiente.


A minha expectativa para a COP30 é que a gente veja as promessas virando ação. Que as metas saiam do papel e as políticas públicas cheguem a quem mais precisa. Que governo, empresas e sociedade caminhem juntos, com compromisso e responsabilidade real.


E que a gente, enquanto sociedade civil, também entenda o nosso papel nesse processo. A COP30 é mais do que um evento internacional, é um convite para gente olhar para o nosso país, cobrar, se informar e participar. Porque se a gente não estiver na frente dessas discussões, eles vão continuar decidindo por nós.


Eu espero que a COP30 mostre que o Brasil é capaz de unir ciência, ancestralidade e ação coletiva para construir um futuro mais justo. Um futuro onde clima, raça e gênero não sejam pautas separadas, mas parte da mesma luta.


Até porque, nada sobre nós, sem nós.




ree

Jessi Alves é comunicadora socioambiental, professora e bióloga, conhecida por sua participação no Big Brother Brasil 22, onde se destacou em debates sobre questões sociais, ambientais, raciais e educacionais. Possui mestrado em Biologia, é pós-graduada em Libras e MBA em ESG. Hoje é embaixadora do WWF Brasil e agente verificada da ONU contra a desinformação climática, se destacado como voz ativa em pautas socioambientais.












© 2024 Liga das Mulheres pelo Oceano

  • instagram
  • facebook
bottom of page