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Liga na Década com Camila Araújo

Desafio: um Oceano produtivo e explorado sustentavelmente


Segundo a COI-UNESCO, durante a Década do Oceano será necessário "gerar conhecimento, apoiar a inovação e desenvolver soluções para otimizar o papel dos oceanos na alimentação sustentável da população mundial em condições ambientais, sociais e climáticas em constante alteração".


[Liga] Conte mais sobre você, se descreva como quiser.

[Camila] Me chamo Camila Araújo, tenho 30 anos, sou recifense, bióloga, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal da UFPE. Trabalho com recursos pesqueiros desde 2010 e atualmente desenvolvo pesquisas relacionadas à ecologia, genotoxicidade e genética da conservação em parceria com os Laboratorios de Etologia de Peixes (LEP) e Oceanografia Pesqueira (LOP) da UFRPE (@nea_ufrpe) e Laboratório de Genômica Evolutiva e Ambiental (LAGEA) da UFPE (@lagea.ufpe).


[L] Como você se conecta com o oceano?

[C] Só de olhar pra ele já me sinto muito bem! Mergulhar e embarcar também sempre me proporcionaram experiências incríveis.... A beleza, imensidão, diversidade e mistério do oceano me fascinam...


[L] Como foi participar do Workshop da Década e especialmente do GT Oceano Produtivo e Explorado Sustentavelmente?

[C] Foi uma experiência muito construtiva e empolgante, com muita troca de conhecimento entre os participantes. Tivemos a oportunidade de pontuar e propor soluções para problemáticas que acompanho desde a graduação, em especial voltadas a visibilidade e direitos das mulheres pescadoras.


[L] Como a sua atuação no coletivo de pescadoras contribuiu para sua proximidade com o tema?

[C] Na verdade, minha aproximação com as comunidades de pescadores aconteceu durante a graduação, quando era educadora ambiental pelo extinto Instituto Oceanário de Pernambuco (IOP). No IOP tive a oportunidade de acompanhar e ministrar palestras nessas comunidades, conversar com as pescadoras e me aproximar da realidade delas... É muito angustiante saber que em pleno século 21 muitas dessas mulheres não possuem registro de nascimento, identidade, ou de trabalho... Muitas não sabem ler e ficam à mercê da violência de gênero e violência institucional e estrutural...


Atualmente, faço parte da Coletiva Cabras (instagram: @coletivacabras), coletiva de cunho sócio político que visa incentivar a emancipação de mulheres, pescadoras ou não, em especial da comunidade do Bode, Pina, Zona Sul do Recife, uma área bastante disputada pela especulação imobiliária, mas que conta com a resistência dxs moradorxs, pescadorxs e marisqueiras da região.


[L] Qual a sua opinião sobre este Desafio Oceano Produtivo e Explorado Sustentavelmente? Você acredita que é possível alcançá-lo?

[C] Acredito que para alcançarmos um Oceano produtivo e explorado sustentavelmente precisamos começar pelas políticas públicas relacionadas à educação básica, saneamento, equidade de gênero e território. Além da capacitação dxs pescadorxs em relação aos apetrechos utilizados para a pesca, aparelhos de exclusão de fauna acompanhante e investimento em pesquisas sobre a fauna explorada e novas tecnologias voltadas à pesca. Caso contrário, a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável pode acabar com um balanço desolador como o da Década da Biodiversidade.




Camila Brasilino Botêlho de Araújo é Bióloga, Mestre em Ecologia e Doutoranda em Biologia Animal pela UFPE.

Acompanhe a Camila pelas redes sociais: @aguasdesal


Essa entrevista foi coordenada por Giovanna Destri, membra do GT-Década da Liga das Mulheres pelo Oceano.






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