Estudos científicos recentes mostram que o oceano está trazendo de volta os plásticos para a terra através da atmosfera! O evento está sendo chamado de “chuva de plástico” e é considerado a nova chuva ácida. Por causa desse processo, cerca de 1000 toneladas de microplástico (ou seja, partículas de plástico com 5mm ou menos) foram encontradas em áreas não habitadas, como, por exemplo, o monte Everest! Esse fenômeno está sendo considerado a mais recente ameaça para o ambiente e saúde humana.
Exemplos de Microplásticos
Os plásticos vão se decompondo e se desintegrando em partículas pequenas ao longo de sua existência, formando os famosos microplásticos. O tempo de permanência do microplástico em suspensão no ar pode chegar até uma semana, conseguindo assim viajar longas distâncias e atingir o oceano e outros continentes. Um estudo publicado pela Universidade de Strathclyde e Observatoire Midi-Pyrenees (Universidade de Toulouse), analisou a maresia e descobriu que os microplásticos poderiam entrar na atmosfera através da brisa marítima, antes de serem transportados para terra através das correntes oceânicas. Já imaginou estar na praia curtindo a brisa leve do mar e de repente parar e pensar que está inalando plástico?! Segundo Proceedings of the National Academy of Sciences os microplásticos atmosféricos derivam principalmente da poeira das estradas (84%), do vento sobre o oceano (11%) e da poeira do solo da agricultura (5%).
Ciclo do Microplástico
Os cientistas descrevem os processos cíclicos dos microplásticos na terra como sendo semelhantes aos elementos biogeoquímicos. A imagem abaixo representa como os microplásticos fluem pela atmosfera: os círculos amarelos, verdes e rosas representam os microplásticos, enquanto as setas representam como os microplásticos fluem da terra para a atmosfera. Além disso, acontecem alterações físicos-químicas na chuva pela presença dos microplásticos que, ao cair essa água alterada no oceano, prejudicam as algas e elas não conseguem produzir o oxigênio na quantidade convencional.
Se pararmos para pensar na quantidade de plástico depositada em nosso planeta ao longo de todos esses anos, podemos entender que tem plástico acumulado que continuará circulando, se decompondo e impactando o ambiente e a saúde humana. E o pior é que a produção de plástico continua aumentando (cerca de 4% ao ano!). Assim, a compreensão das fontes e consequências dos microplásticos na atmosfera deve ser uma prioridade! Nesse sentido, também é muito importante que sejam desenvolvidos e consumidos materiais alternativos ao plástico, como, por exemplo, o plástico biodegradável feito de outras matérias-primas que não o petróleo.
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