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  • Colaboradoras da Liga

POLUIÇÃO DO OCEANO E A CRISE NA FALTA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Por Emanuelle Perazzo, gestora ambiental e fotógrafa


Não é só plástico. No Brasil também temos toneladas de esgoto sem tratamento indo para os mares.


Recentemente vimos acontecer em Porto de Galinhas – Ipojuca – PE, o despejo de esgoto sem tratamento diretamente na praia. Ipojuca tem seu território composto por 100% do Bioma da Mata Atlântica, rica em biodiversidade marinha.


Esse crime ambiental causou profunda indignação. Em todo tempo que atuo na área de saneamento já presenciei diversas situações similares. A natureza vem sendo constantemente transformada ao longo dos anos pelas ações humanas, por isso é importante abordar este diálogo.


Estive em Porto de Galinhas seis vezes em um período de 16 anos, sendo a mais recente 10 dias antes do ocorrido, e a cada viagem me deparava com a expansão imobiliária, empreendimentos em todas as praias e manguezais, áreas de preservação e lugares que antes eram intocados. Mas essa não é um impacto ambiental somente da cidade em questão.


A crise na falta do sistema de esgotamento sanitário é um dos maiores problemas ambientais enfrentados atualmente no Brasil. O despejo em regiões litorâneas ainda é bastante comum e seus impactos são visíveis e negativos.


Foto: Salve Maracaipe


Marcadas pela continuidade da urbanização desordenada e desenfreada, e com infraestrutura precária, as regiões litorâneas e áreas de preservação, “pegam” municípios despreparados e sem planejamento para atender a demanda das necessidades básicas, desencadeando uma série de fatores socioambientais.

A poluição oriunda dessa atividade não só afeta os corpos d’água, mas também contamina o solo, ocasionando mudanças climáticas, além de riscos contra a saúde pública.


E como não há investimento, os riscos são custeados pela natureza.


No país, apenas um pequeno percentual do esgoto que são lançados possuem tratamento, o restante deste percentual apenas coleta. O esgoto doméstico proveniente de atividades humanas é composto por 99% de água e 1% de rejeitos sólidos que carregam uma quantidade considerada de organismos nocivos à saúde, reduzindo a qualidade das águas e sua balneabilidade.


Diante desses problemas ambientais, o foco e investimento no saneamento básico é urgente e necessário. O tratamento de esgoto é um importante fator para o desenvolvimento e seu objetivo é reduzir poluentes para que essa carga possa ser despejada nos corpos hídricos em parâmetros estabelecidos, garantindo a preservação ambiental e seu ecossistema e a saúde da população.


Como fazer?


Como parte deste processo estão a elaboração de políticas públicas eficazes, implementação de planos de gestão, aplicação de medidas preventivas, cumprimento das legislações vigentes, fiscalização dos órgãos competentes e participação da população.

Além da urgente necessidade de conscientização do uso sustentável dos recursos, a para minimizar os impactos na biodiversidade e garantir a preservação dos rios, mares e oceano para as futuras gerações.




Emanuelle Perazzo

Gestora Ambiental, atua há 14 anos como Consultora Ambiental e Sistemas de Gestão Integrados na Área de Saneamento Básico, fotógrafa, apaixonada pela natureza e viajante dos mares. Minha morada é na praia.




Atualização do Blog da LIGA através do instagram @salvemaracaipe


RESULTADO DAS DENÚNCIAS E MOBILIZAÇÃO!


A multa é pequena, irrisória, os danos ambientais fruto do volume de esgoto jogado é muito grande, desde os danos econômicos aos ambientais. No entanto, essa ação da CPRH carrega uma importância enorme! Essa ação deixa provado que houve sim uma poluição e crime ambiental, assim como, abre uma jurisprudência contra outras Prefeituras que seguem cometendo os mesmos crimes ambientais e pressiona para ações mais urgentes de saneamento básico!


Essa ação também reforça mais uma vez a importância do trabalho de fiscalização, monitoramento e denúncias realizado pelo Salve Maracaípe com apoio dos seus seguidores, que ajudam a denunciar, compartilhar e mobilizar toda a imprensa local e nacional. A mobilização da mídia, por sua vez, pressiona os órgãos ambientais a agir. Sim, é triste dizer isso mas sem pressão popular dificilmente chegamos a esse resultado! Salve Maracaípe somos todos nós, Salve Maracaípe é força, luta, mobilização e resultados! Seguimos na luta!


Abaixo o texto da @cprh.pe:

CPRH multa prefeitura de Ipojuca por poluição ambiental


A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) multou em R$ 20 mil a Prefeitura Municipal de Ipojuca, no litoral sul, pelo lançamento de esgoto sem tratamento, na areia da praia de Porto de Galinhas. O infração ambiental ocorreu na última segunda -feira (15.02).


"O esgoto bruto, proveniente da rede coletora operada pela Prefeitura, extravasou para o sistema de drenagem de águas pluviais, escorreu pela areia e chegou ao mar, na praia de Porto de Galinhas. Constitui-se em uma infração ambiental, com penalidade prevista na lei estadual 14.249, de 2010", explicou o diretor de Controle de Fontes Poluidoras da CPRH, Eduardo Elvino.


De acordo com a equipe de fiscalização da Agência, a prefeitura de Ipojuca opera um sistema de esgotamento sanitário precário, com a utilização de poço de acumulação e retirada frequente do esgoto, por meio de caminhões do tipo limpa-fossa.

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