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Saúde do Oceano é sinônimo de saúde da mulher

Pesquisadores sustentam que a atual Década da ONU da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (Década do Oceano) possa atuar como catalisador significativo para a mudança global, lembrando-nos de que a saúde do oceano está intimamente ligada à saúde humana. Eles apontam para nossa enorme dependência do oceano em diversos aspectos, como trazer benefícios à nossa saúde física e mental.

No entanto, as consequências do impacto das atividades humanas no oceano são graves. Até agora pode-se dizer que o oceano tem sido bastante resiliente a elas, mas a quantidade e diversidade de interferências que causamos ao maior ecossistema do planeta está a ponto de ultrapassar este limite. A poluição é a grande responsável pela contaminação da biodiversidade marinha. Desde os metais usados no garimpo até dejetos de grandes indústrias, muitas substâncias nocivas vão parar nos rios e acabam desaguando no mar. O Instituto Nacional de Câncer classifica o metilmercúrio como uma substância com possível efeito cancerígeno. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, por sua sigla em inglês) classificou os compostos de cádmio como cancerígenos para humanos. Arsênio e chumbo causam estresse oxidativo nas células, levando à produção de radicais livres, que danificam o DNA, cuja contaminação está associada a efeitos neurotóxicos e ao risco de desenvolvimento de câncer.

De acordo com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14, Vida na Água, para alcançar um oceano saudável precisamos agir já! Uma das metas deste ODS traz que "até 2025, é preciso prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes."

Não só um oceano doente pode nos causar doenças, como um oceano saudável pode contribuir para nossa saúde e bem-estar. O mar e a saúde humana estão unidos por um relacionamento tão poderoso que, diante desse cenário, o cérebro reage positivamente. Em 2011, um estudo conduzido pelo departamento de arquitetura da saúde de uma universidade sueca demonstrou que os ambientes aquáticos geram bem-estar e têm um impacto positivo em nossa saúde, produzindo uma mudança positiva em nossa mente, em nosso cérebro e em nosso corpo. O balanço das ondas do mar, por exemplo, proporciona relaxamento natural, acalmam e amenizam os sintomas de estresse e ansiedade. Até a brisa do mar traz a sensação de bem-estar e pode ajudar a limpar os pulmões. O ar do mar é carregado com íons negativos, cujas partículas favorecem a produção de serotonina, fazendo-nos entrar em um estágio de equilíbrio interno que nos enche de energia, criatividade, motivação, desejo de socializar etc. Além disso, o ambiente marinho nos permite absorver vitamina D, essencial para muitos processos vitais; a presença do cloreto de sódio encontrado na água marinha também fortalece nosso corpo contra as bactérias e inflamações; rica em sódio e iodo, a água salgada possui efeito cicatrizante e antisséptico, ajudando na cura de ferimentos e machucados.


Apesar dos crescentes impactos das atividades humanas no meio ambiente marinho, o oceano continua sendo um importante condutor da erradicação de um grande desafio que o mundo enfrenta atualmente: a falta de conscientização social pela saúde mundial. O oceano é essencial para avançarmos no tema. Um oceano saudável é um planeta saudável, e um planeta saudável é absolutamente essencial para o nosso bem-estar.


Este texto foi escrito por Elisa Homem de Mello, jornalista ambiental e colaboradora de conteúdo da Liga das Mulheres pelo Oceano.


Foto de capa: Frank Mckenna no Unsplash
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